segunda-feira, 9 de maio de 2016
sexta-feira, 6 de maio de 2016
EU ESPERO
mesmo q nunca sejamos
um casal
não faz mal
eu espero
mesmo q nunca sejas
minha mulher
se o destino não quer
não faz mal
eu espero
mesmo que você não separe
não faz mal
eu espero
mesmo que você nunca pare
eu espero
mesmo que você nunca se cale
mesmo que, mesmo que, mesmo que
não faz mal
eu espero...eu espero... eu
espero
porque te quero, te quero , te
quero
mesmo que você morra antes
eu me espero
DA PRIMEIRA VEZ QUE ME MATEI

Eu, do fim da relação que tive (não posso dizer fim do meu amor), posso dizer que aprendi muita coisa. Melhor dizer reaprendi: reaprendi que amar é uma merda! e que não quero mais saber de amar a ninguém. Que toda essa conversa aí em cima é muito bonitinha, tem muito de verdade, mas, porra! amar é foda! O que eu quero dizer meeeesmo aqui é que não quero que esse meu amor passe e se transforme em outra coisa, quero que volte para a luz e seja maravilhoso, sofrido, alegre, chorado, tesudo, brochado, como foi. Quero os fiascos de novo, quero até as baixarias; as brigas ridículas que me levam automaticamente para o copo da esquina; quero as trepadas inesquecíveis – brincadeiras de carne da melhor qualidade. Quero as fugas, as surpresas, os choros sem motivo, os choros com motivo. Quero as mentiras ditas com cara de verdade, quero as verdades jogadas na cara, quero roubar flores, fazer declarações na rua, escrever nos guardanapos... Quero o beijo de cinema no táxi, enquanto rola uma música brega e o motorista espia de canto de olho. Quero aquela espera agoniada, que não acaba nunca; aquela partida doída, que leva a dor junto no peito. Quero o amor vagabundo, quero o lado puta dela, quero o amor divino, os olhos mostrando a alma. Quero o meu amor de volta. Ou juro que me mato de novo.
domingo, 1 de maio de 2016
Amor proibido, ou blood, sweet and tears
João tinha bebido copos adentro
numa agonia auto-destrutiva. Motivo: desamor. Causa: rompimento.
Pois João estava assim, quando
sentimento causa dor física. Dor de amor não dói só na alma, dói
na carne. Sua solidão era do tamanho da sua dor. Rodando e rolando,
num bar, vendo um solitário com cara de vontade de morrer, sentou
pensando dividir copo, papo e dor. O cara não deu a menor
importância a João. Disse que não queria conversa, que já tinha
decidido se matar mesmo e estava indo fazer isso logo que terminasse
a cerveja. João não deu importância. Afinal ele também pensava
nessa possibilidade e talvez nem esperasse terminar a cerveja.
Levantou-se, deu um tapinha no
ombro do sujeito, querendo dizer "que merda, camarada" e
"foda-se" ao mesmo tempo. Resolveu ir para casa decidir seu
destino com a geladeira. Abriu mais uma e deitou-se na cama. Dormiu
antes de pensar na janela, onde embaixo, num barzinho alguém tocava
Dindi. Nem percebeu que a garrafa entornou e encharcou seu corpo
também por fora.
Acordou às 5h com o telefone
tocando. Zonzo, não sabia se o corpo estava molhado de sangue, se
havia se cortado; nem se estava vivo. No telefone alguém com voz
triste, bêbada, chapada, diz apenas: "onde?". João não
entendeu. "O teu endereço, onde fica?". Era ela, a que
fazia sua alma e sua carne doer. Ele nem lembrou o endereço, deu uma
referência lá embaixo. Ela saiu correndo de casa, pegou um táxi e
disse pro motorista: "o mais rápido que você puder, por
favor". João desceu para a rua à espera do que nunca esperara.
Olhando para um lado da rua, é abraçado por trás com força e
desespero. Ficaram as 12 horas seguintes na cama juntando almas e
corpos doloridos. Fizeram um sexo desesperado: não era o gozo, era a
fusão que importava. "Se não tivesse grades nas janelas lá em
casa, tinha me jogado". "Se não tivesse a geladeira cheia
aqui, também". Olhos nos olhos, carinhos, olhos nos olhos,
sexo, olhos nos olhos, lágrimas. "É nosso último encontro,
não suporto a pressão do mundo, amigos, mãe, vou ficar louca".
"Eu já estou louco". Sem banho, sem levantar da cama, sem
comer, misturando porra com sangue de menstruação, lágrimas e suor
com saliva, eles se purificaram. Naquelas 12 horas o mundo perdeu, o
mundo se fudeu com seus preconceitos e sua verdadeira sujeira.
Naquelas 12 horas foram felizes para sempre.
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