quinta-feira, 14 de abril de 2016

A FILA ANDA OU DESANDA?


Acho uma tristeza a expressão “a fila anda”.
E as pessoas ainda dizem com um ar de orgulho, de poder.
Me faz lembrar aquelas máquinas de espremer laranja, nas lanchonetes: vem uma após a outra e ploft, são esmagadas e jogadas fora. O suco pode ser bom, mas sobra um bagaço, uma carcaça de laranja. “A fila anda” é isso, usamos uns aos outros, e depois jogamos fora, sem falar nas laranjas podres no meio. Na expressão “a fila anda” a gente não se dá conta de que somos a laranja dos outros também. Fila é coisa de massa, multidão. Me lembra também aqueles filmes pornôs em que uma mulher deitada (pode ser um homem também) transa com 100 homens, em fila, massageando seus pintos para eles ‘guentarem’ a fila. Seria melhor dizer que a fila desanda nossa condição humana.
Bom mesmo seria dizer: “a fila parou”. Ou melhor ainda: “a fila nunca andou. Estive aqui parado (a), e o amor me achou”.

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