segunda-feira, 4 de abril de 2016

OS VERMES DA SUA VIDA



E você, já pensou bem nos vermes de sua vida? No porquê você é como é?


O sujeito foi dar uma palestra para os alcoólicos anônimos e começou em grande estilo. Ele pegou dois copos, um com água pura e outro com álcool puro. A seguir ele colocou um verme no copo com água. O bichinho nadou até a borda e saiu do copo. Então o palestrante pegou o mesmo verme e colocou no recipiente com álcool: o animal se desmanchou diante dos olhos surpresos de todos.
- Qual é a moral dessa história? perguntou.
- Que quem bebe não tem vermes, respondeu alguém do fundo da sala.
Esse fato é contado por Wayne Dyer, na abertura do livro You erroneous zones, um dos mais vendidos da história editorial do mundo, com mais de 30 milhões de exemplares. Mais adiante ele afirma: “Este livro tem muitos ‘vermes’ – quer dizer, você ouvirá e compreenderá o que quiser ouvir, de acordo com seus valores, convicções, preconceitos e história pessoal”, diz Dyer.
Nós vemos e vivemos o mundo exterior através do nosso interior, isto é, através de tudo que sofremos, gozamos, herdamos, enfim, da vida. Quem se criou numa família grande, cheio de irmãos, vai ser diferente de alguém como eu, filho único, criado muito só numa propriedade rural, sem vizinhos, raros amigos, com pai e mãe trabalhando fora quase o dia todo. Resultado: me tornei muito meu amigo e pela vida afora sempre fui muito só. Como tínhamos alguns livros em casa, eu comecei a ler, e ler, e ler. O rádio e a televisão também eram meus companheiros. Resumo: acabei jornalista, com devaneios de escritor. Filho de professora, com 4 tios, todos professores universitários e casados com professoras, acabei no mesmo caminho. Da relação umbilical que tive com minha mãe até a morte dela, carrego uma dificuldade imensa com perdas e separações. E busquei sempre relações com mulheres de famílias grandes, o contrário do que tive. Minha mãe tinha uma voz linda e cantava pela casa Edith Veiga e Dalva de Oliveira. Aí aflorou em mim o gosto pela música... ela pintava... daí o amor pela arte em geral...e ela também chorava muito, por dores q demorei a entender...e eu chorão desse jeito. Da minha devoção às mulheres, nem preciso explicar.
Quando tinha 7 ou 8 anos, meu pai me emprestava de vez em quando, uma caneta Parker 51, que era “a” caneta, pra eu passar cadernos a limpo. Aquilo me era um prazer tão grande! Resultado: desenvolvi uma adoração por canetas, todas. Qualquer esferográficazinha vagabunda merece um olhar afetuoso meu. E quando vou a uma papelaria, sempre passo no setor delas pra dar uma espiada nos designs, cores... E tem o contrário também. Morava no campo e sonhava com Paris. O mundo das vacas, que meu pai amava, eu passei a detestar. Cheiro de bosta de vaca até hoje me traz, não nojo, mas uma lembrança de que queria ter crescido noutro lugar, quem sabe perto de Paris, para depois eu mudar pra lá. E teve uma namoradinha de escola, que me deixou escrever o meu nome na perna dela, perna branquinha, fininha. Por isso devo ter desenvolvido um paixão especial por pernas femininas, no geral, mas pelas finas e as mulheres magras, em especial. Pensando agora, talvez minha paixão por canetas venha mesmo daí e a Parker 51 só ajudou. É muita coisa pra juntar. E você, já pensou bem nos vermes de sua vida? No porquê você é como é? Suas preferências? Repúdios? No modo como vê o mundo? Confira aí dentro de você. As perguntas e as respostas estão aí dentro. E não acabarão nunca.




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