E você, já pensou bem nos vermes de sua vida? No porquê você é como é?
O
sujeito foi dar uma palestra para os alcoólicos anônimos e começou
em grande estilo. Ele pegou dois copos, um com água pura e outro com
álcool puro. A seguir ele colocou um verme no copo com água. O
bichinho nadou até a borda e saiu do copo. Então o palestrante
pegou o mesmo verme e colocou no recipiente com álcool: o animal se
desmanchou diante dos olhos surpresos de todos.
-
Qual é a moral dessa história? perguntou.
-
Que quem bebe não tem vermes, respondeu alguém do fundo da sala.
Esse
fato é contado por Wayne Dyer, na abertura do livro You
erroneous zones,
um dos mais vendidos da história editorial do mundo, com mais de 30
milhões de exemplares. Mais adiante ele afirma: “Este livro tem
muitos ‘vermes’ – quer dizer, você ouvirá e compreenderá o
que quiser ouvir, de acordo com seus valores, convicções,
preconceitos e história pessoal”, diz Dyer.
Nós
vemos e vivemos o mundo exterior através do nosso interior, isto é,
através de tudo que sofremos, gozamos, herdamos, enfim, da vida.
Quem se criou numa família grande, cheio de irmãos, vai ser
diferente de alguém como eu, filho único, criado muito só numa
propriedade rural, sem vizinhos, raros amigos, com pai e mãe
trabalhando fora quase o dia todo. Resultado: me tornei muito meu
amigo e pela vida afora sempre fui muito só. Como tínhamos alguns
livros em casa, eu comecei a ler, e ler, e ler. O rádio e a
televisão também eram meus companheiros. Resumo: acabei jornalista,
com devaneios de escritor. Filho de professora, com 4 tios, todos
professores universitários e casados com professoras, acabei no
mesmo caminho. Da relação umbilical que tive com minha mãe até a
morte dela, carrego uma dificuldade imensa com perdas e separações.
E busquei sempre relações com mulheres de famílias grandes, o
contrário do que tive. Minha mãe tinha uma voz linda e cantava pela
casa Edith Veiga e Dalva de Oliveira. Aí aflorou em mim o gosto pela
música... ela pintava... daí o amor pela arte em geral...e ela
também chorava muito, por dores q demorei a entender...e eu chorão
desse jeito. Da minha devoção às mulheres, nem preciso explicar.
Quando
tinha 7 ou 8 anos, meu pai me emprestava de vez em quando, uma
caneta Parker 51, que era “a” caneta, pra eu passar cadernos a
limpo. Aquilo me era um prazer tão grande! Resultado: desenvolvi uma
adoração por canetas, todas. Qualquer esferográficazinha vagabunda
merece um olhar afetuoso meu. E quando vou a uma papelaria, sempre
passo no setor delas pra dar uma espiada nos designs, cores... E tem
o contrário também. Morava no campo e sonhava com Paris. O mundo
das vacas, que meu pai amava, eu passei a detestar. Cheiro de bosta
de vaca até hoje me traz, não nojo, mas uma lembrança de que
queria ter crescido noutro lugar, quem sabe perto de Paris, para
depois eu mudar pra lá. E teve uma namoradinha de escola, que me
deixou escrever o meu nome na perna dela, perna branquinha, fininha.
Por isso devo ter desenvolvido um paixão especial por pernas
femininas, no geral, mas pelas finas e as mulheres magras, em
especial. Pensando agora, talvez minha paixão por canetas venha
mesmo daí e a Parker 51 só ajudou. É muita coisa pra juntar. E
você, já pensou bem nos vermes de sua vida? No porquê você é
como é? Suas preferências? Repúdios? No modo como vê o mundo?
Confira aí dentro de você. As perguntas e as respostas estão aí
dentro. E não acabarão nunca.
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