quinta-feira, 21 de abril de 2016

O MEDO DE AMAR I


Quem já passou por essa vida e não viveu 
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu (...)
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão.
Vinicius de Moraes



Domingo, 8h. Depois de uma discussão com o marido, ainda na cama, Joana levantou, tomou uma dose de uísque, puxou uma cadeira para a varanda, subiu e saltou para a morte. Linda, 20 anos, casada havia dois anos, ela não suportou a decisão dele, 28 anos, de se separar. Precipitadamente, as pessoas julgam que Joana se matou por amor. Não por amor a esse homem. Não foi bem assim. Essa história começou anos antes, quahndo era criança e seus pais se separaram. Ela, super ligada ao pai, nunca aceitou aquilo, nunca o perdoou por tê-la deixado, e teve uma relação tumultuada com ele, a partir dali. A ruptura dos pais e principalmente a negação do amor do pai, pelo menos na intensidade e presencialidade exigida por Joana, marcaram-na para sempre. Ela se transformou numa border line, seres marcados por rupturas e que pululam aos milhões por aí, com sua instabilidade de humor, tédio, sentimentos autodestrutivos e, claro, dificuldades na realização amorosa. O border line vive situações-limite, não raro à beira do abismo. Joana não viveu o amor de forma plena na infância e bloqueou-se em relação a ele. O amor virou um fantasma no seu inconsciente e ela passou sua breve existência sem se entregar ao amor de ninguém, à confiança de ninguém, exceto daquele que lhe seria um substituto do pai. E este lhe fugiu, como o outro. Rupturas demais. Ela se matou não propriamente por amor, mas por medo do amor, esse sentimento de entrega e integração que lhe era tão difícil. E para nós hoje é quase impossíveL.


Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu (...)
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão.
Vinicius de Moraes


Domingo, 8h. Depois de uma discussão com o marido, ainda na cama, Joana levantou, tomou uma dose de uísque, puxou uma cadeira para a varanda, subiu e saltou para a morte. Linda, 20 anos, casada havia dois anos, ela não suportou a decisão dele, 28 anos, de se separar. Precipitadamente, as pessoas julgam que Joana se matou por amor. Não por amor a esse homem. Não foi bem assim. Essa história começou anos antes, quando era criança e seus pais se separaram. Ela, super ligada ao pai, nunca aceitou aquilo, nunca o perdoou por tê-la deixado, e teve uma relação tumultuada com ele, a partir dali. A ruptura dos pais e principalmente a negação do amor do pai, pelo menos na intensidade e presencialidade exigida por Joana, marcaram-na para sempre. Ela se transformou numa border line, seres marcados por rupturas e que pululam aos milhões por aí, com sua instabilidade de humor, tédio, sentimentos autodestrutivos e, claro, dificuldades na realização amorosa. O border line vive situações-limite, não raro à beira do abismo. Joana não viveu o amor de forma plena na infância e bloqueou-se em relação a ele. O amor virou um fantasma no seu inconsciente e ela passou sua breve existência sem se entregar ao amor de ninguém, à confiança de ninguém, exceto daquele que lhe seria um substituto do pai. E este lhe fugiu, como o outro. Rupturas demais. Ela se matou não propriamente por amor, mas por medo do amor, esse sentimento de entrega e integração que lhe era tão difícil. E para nós hoje é quase impossível.

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